Definir Deus é sempre uma tarefa inglória. Quase sempre desembocamos em generalizações e abstrações que nada expressam. Às vezes caímos na mera repetição de clichês, de frases prontas.
Diante desse fracasso conceitual, partimos para a representação existencial. Passamos a falar de Deus no que concerne à sua importância para nós. A pergunta que norteia essa etapa é: “o que Deus significa para mim?”. Ainda assim, não teremos muito sucesso. Essa é uma tentativa melhor do que a primeira, mais ainda fica muito longe do que podemos chegar.
Parece-me que a melhor forma de nos aproximarmos de Deus é ouvir a sua própria voz exarada em sua Revelação, a Bíblia. Deixar que Deus mesmo se apresente para nós continua sendo a melhor forma de conhecer a Ele. O Totalmente Outro é sempre absconditus até que Ele mesmo se dê a conhecer. E isso deve acontecer num encontro pessoal. É por isso que a revelação escriturística só terá verdadeiro valor na medida em que, nela, eu me encontro pessoalmente com Deus.
Em uma expressão bem senso comum diria: Bíblia fechada, acessada despretensiosamente ou apenas dissecada sempre redundará em um Deus ignorado.
Para a maioria das pessoas Deus só é conhecido por referências de terceiros: a tradição, os rituais, as sagas transmitidas oralmente, etc. A Biblia nos conclama a vivenciar uma experiência que, infelizmente, muitos ainda não conseguiram ter: passar da experiência MEDIADA para a experiência IMEDIATA. Do “ouvir falar” para “os meus olhos te viram”.
AFA Neto