Como já havia dito em outra oportunidade, minha leitura das revistas semanais que assino é feita na segunda-feira; pois no domingo não tenho tempo. E para minha surpresa a VEJA traz uma entrevista com Francis Fukuyama. Até aqui, nada fora do normal, afinal o cientista político da Universidade de Stanford já visitara as páginas do periódico em diversas outras ocasiões. O novo é que o gringo que municiou os neoliberais nos últimos 20 anos mudou suas avaliações quanto ao Estado. Continua de direita; mas reconhece que se enganou quando em 92 popularizou as teses fundamentais do Capitalismo Liberal no livro: "O Fim da História e o Último Homem".
Minha surpresa não se deveu à mudança de posição de Fukuyama; já tinha essa informação há alguns meses por outras fontes não visitadas pelos leitores da VEJA. O que me surpreendeu foi o fato da revista ter publicado a entrevista. Mas não achem que a revista mudou juntamente com o professor nipo-estadunidense. Como de costume, ela pinça declarações do entrevistado do seu contexto e monta manchetes que refletem o pensamento editorial da Abril. Então, vai aqui minha sugestão (e que Deus me perdoe pelo pecado): Vale a pena ler a entrevista das páginas amarelas desta semana.
Ah... pra não dizer que sou chato, gostei também da matéria de capa com o título: "Página Infeliz da Nossa História". Por mais que goste de alguns dos artistas que aderiram ao Procure Saber, por princípio, não posso concordar com a atitude deles. A palavra não pode ser outra senão CENSURA.
Afa Neto