Ser sensato e expressar opiniões igualmente sensatas é um risco em nossos dias. O mais cômodo e indolor é remar a favor da correnteza e ecoar o politicamente correto. Quem age assim receberá muitos elogios e tapinhas afáveis; mas, convenhamos, ninguem jamais mudou a realidade à sua volta agindo em consonância com a opinião pública. É triste ser esquisito, soa estranho aos ouvidos incautos um acorde dissonante; trajar jeans em séria noite de gala é uma gafe imperdoável e, finalmente, prantear em madrugada de celebração pode custar o ódio de antigos fãs.
Falo estas coisas motivado pelas notícias sobre a morte de Osama Bin Laden e a forma corajosa como o jogador de basquete Douglas Roberts se expressou a respeito das “celebrações” dos americanos ao ouvir o pronunciamento do presidente Obama sobre a morte do terrorista. O jogador da NBA e ala do Milwaukee Bucks fez duras críticas á attitude da pequena multidão que se concentrou em frente da Casa Branca para celebrar a notícia. Aspas para uma das suas frases: Ïsto é uma celebração? Seria o início de uma grande Guerra religiosa? Espero que não”. Bastou isso para o mundo desabar em sua cabeça.
Que o Osama não fará falta, todos sabemos. Que o mundo poderá ser melhor sem ele, é algo que teremos que aguardar, apesar de achar que um Bush fora do poder faz um bem maior à humanidade do que um Bin Laden fora do mundo. Agora, sair às ruas para comemorar a morte de alguem (ainda que este alguem seja um terrorista desumano e cruel como Osama) é no mínimo um contra senso.
O Evangelho que aquelas pessoas que celebravam à frente da sede do governo norte-americano conhecem é supostamente baseado na mesma segunda metade da Bíblia que conheço. A diferença é que minha leitura do texto sagrado não me autoriza a compactuar com a morte. O Evangelho que conheço é irremediavelmente a favor da vida, pois é neste anúncio que consiste sua boa notícia: Jesus veio para trazer vida e vida abundante. O Filho de Deus foi vítima das tramas da morte e contra elas se fez vencedor, para nos legar uma missão: onde quer que haja estruturas de morte, o Reino de Deus deve levar a vida; em lugar das cadeias a liberdade, da tristeza a alegria, da fome a saciedade.
O próprio ministério da defesa dos EUA, juntamente com a Interpol, previnem que, com este desfecho, uma onda de atentados podem ocorrer como retaliação ao assassinato de Osama. Violência gerando violência. Temo que o mundo possa piorar por algum tempo. O que virá depois? O aciramento dos fundamentalismos religiosos, étnicos e geopolíticos? Antes e em função da morte de um homem foram gastos 1,9 trilhões de dolares, foram "necessárias" duas guerras e quase 1.000.000 (um milhão) de vidas ceifadas e dez anos. Quantos anos passaremos juntando os cacos e tentando organizar o caos que virá em decorrência deste fato?
Quero manifestar meu assentimento ao sentimento do Douglas Roberts com relação àquelas comemorações. Não posso dizer que lamento a morte de Bin Laden, mas, igualmente repudio toda manifestaçao que celebra a morte.
Deus tenha misericórdia de todos nós.
AFA Neto
Prezado Neto, mais uma vez concordo em gênero, número e grau com seu raciocínio, inclusive foi esse o meu pensamento em conversas hoje. De fato, a vida é que devemos celebrar! Deus te abençoe para que possas sempre emitir com lucidez suas inquietudes! Um forte abraço!!! Seu colega Maurício Galvão.
São por essas e outras, que admiro suas fastigiosas postagens, abraço do seu amigo.
Pastor Neto.
Simplesmente PERFEITO!!!!!!!!!!!!!
Sou cada vez mais seu fã.
Tim
Neto Maravilhoso comentario...até agora estou me perguntando que comemoração é esta, estes americanos venceram o que? Que o Senhor Deus tenha misericordia de nós.
jayro santos filho
Valeu colegas, fico feliz com o consentimewnto de vcs às palavras deste texto. Agradeço pelas visitas ao "Canteiro".
Caro pastor, é difícil, por vezes, deixar o que acreditamos ser regra de fé e prática superar os sentimentos de revolta, de indignação ou até mesmo, para alguns, o de vingança ou alegria por "ela ter sido feita". Mas os ensinamentos Cristãos precisam e devem (além de fazer bem, mesmo que não entendamos a razão) prevalecer sempre. Celebremos a vida. A morte de Osama nos ajuda a lembrar o quanto Deus "nOsama" (rs).(Obs.: Senti sua falta no sábado (30/04), gostaria de ter tido a honra da presença do meu pastor para comemorar a vida que a misericórdia do Senhor tem renovado a cada manhã.) Arlindo
Nando Barreto
Gostei do texto e afirmo que poestas e muitas outras tenho me sentido desconfortável neste mundo. Não gostaria de usar o chavão " não sou deste mundo" mas é como tenho me sentido um E.T. Para onde estamos caminhando?
Valeu Neto, Deus continue lançando luz sobre o seu, o meu o nosso entendimento.
Olá Arlindo, gostei do trocadilho. Quanto ao aniversário, quero me desculpar e justificar evocando minha condição de refén de um pré-adolescente chamado Leonardo (meu filho). Tive que ficar à disposição dele no sábado.
Nando, essa tambem tem sido minha sensação: o mundo como está, tem sido uma roupa que não tá se ajustando bem em meu corpo.
Neto,
Fiquei satisfeita em ter lido a sua opinião sobre a comemoração dos americanos e de tantas outras pessoas no nosso ambiente de trabalho que pensam da mesma forma. Acredito que a atitude de Cristo longe de comemorar seria de misericórdia.
Marilene
Muito bem feito!
Laís
...você acredita que eu não acredito nessa morte?????
Pra mim é pura balela...dessa vez farei como Tomé...quero provas...
Estou sempre lendo os post do seu blog.
agora estou seguindo
A paz!
Kessia
Seja bem vinda como seguidora deste espaço. Agradeço o tempo que dispensas para compartilhar comigo dessas reflexões.
Abraço