Fui informado ontem no final da tarde. Cheguei à igreja onde pastoreio e fiquei sabendo do falecimento do Jorge Rehder e, sob o impacto desta notícia, desenvolvi minhas atividades pastorais daquele dia. A sua luta contra o câncer tinha chegado ao fim. Tinha acompanhado cada etapa da luta da minha mãe contra essa terrível doença e sei que num determinado momento desta luta inglória a morte deixa de ser a pior das alternativas. Não sei exatamente como foram vividos os últimos dias do Jorge, mas sei que estive orando por ele, informado via e-mails, sobre as etapas do seu tratamento.
O Jorge Rehder nunca me apareceu com rosto, com fisionomias ou mesmo com imagens. Para mim sempre existiram o nome e as melodias. Ainda agora quando escrevo faço um esforço grande para trazer à memória uma lembrança visual e não consigo. Em lugar das imagens, ouço os acordes de “Rei das Nações” e de “Em todo tempo”. Enquanto escrevo ecoam em minha cabeça outros nomes melódicos como “Vencedores por Cristo” e “Logos”. Mas, não fico perturbado com essa ausência de referência visual, pois é ela que vai eternizar para mim o compositor. Não somente para mim, mas também para quem jamais teve ou terá a oportunidade de conhecer pessoalmente Jorge.
Fica o sentimento de perda. Não a perda sentida por familiares e amigos. Esse sentimento de ausência, de buraco, de lacuna que talvez nunca seja preenchido. A perda que sinto está relacionada à instituição musical do seguimento evangélico em nossa nação. Diante de tanta porcaria que leva o rótulo de gospel, não poder contar com novas composições do Rehder me deixa com um sentimento de orfandade.
A eternidade ganha mais uma vez.
Valeu Jorge. Obrigado.
AFA Neto
Verdade; uma lacuna impreenchível, não pela incapacidade dos novos talentos que existem e virão ainda, mas principalmente pela quase nostalgia que nos envolve ao ouvir seu preciosos trabalhos, e nos remetem a tempos que não voltam mais...