Já disse em outra ocasião que o ídolo é feito pelo adorador. Completo: quer ele reconheça a adoração ou negue-a.
Outro dia alguem me contou que se desfez de uma réplica de uma obra de arte adquirida em uma de suas viagens e que ornamentara sua sala pelos últimos doze anos. No decorrer dessa dúzia de anos muita coisa boa acontecera mas, coisas ruins tambem se abatera sobre a família. A vida transcorria normalmente até que ele “descobriu” que aquela obra de arte era na verdade uma representação de uma religiosidade de povos por ele até então ignorados. Então tudo mudou…
Diante da descoberta ele se viu obrigado a destruir aquele objeto “ämaldiçoado” sob pena de chafurdar seu lar num culto involuntário a forças ocultas. Assim ele fez e passou a viver a sensação de alívio e liberdade.
O gesto icinoclasta aconteceu há cerca de oito meses e neste tempo muita coisa boa aconteceu mas, coisas ruins tambem ocorreram.
Conversamos um pouco sobre o assunto e a dúvida bateu forte. Perguntei a ele:
- Excetuando a sensação de alívio, o que mudou de concreto na vida de sua família?
- Nada. Respondeu ele um tanto desanimado
E fui mais longe. Falei pra ele que a sensação de alívio que ele disse sentir após a iconoclastia era, na verdade, o velho sentimento de quem se acha em casa após voltar para o cativeiro.
- Acho que em certa medida voce era mais livre quando aquele objeto não passava de uma obra de arte.
- Mas, e se ele fosse um canal de maldição para minha família? – quis saber meu interlocutor.
- Então, neste caso, tudo aquilo que o Evangelho nos ensina está anulado – retruquei, para em seguida completar: - A partir do momento em que atribuimos vida e poder a algum objeto, quer nos coloquemos em submissão a ele ou dele fujamos, somos em certa medida adoradores. O Evangelho nos liberta de toda e qualquer relação de subserviencia a falsos deuses.
Neste momento a conversa foi interrompida e ele seguiu seu caminho cheio de minhocas na cabeça.
AFA Neto
rsrs se as pessoas pelo menos absorvessem 30% do que pregamos nos púlpitos, acrdito que problemas e dúvidas ridículas como essas teriam uma frequencia muito menor em nossos lares e mentes...
Não enxergar o verdadeiro poder transformador do Evangelho, é colocar em dúvida a Palavra de Libertação e Salvação. É anular todo o sacríficio vicário da cruz.