Essa dessintonia entre o Eterno e o temporal..."Esse Jesus aprovado por Deus... Vós o crucificastes".
Não deveria ser assim, mas é.
No princípio era a harmonia.
A ansiosa espera pelo encontro desejado ao final do dia.
A satisfação plena de simplesmente existir e de se saber amado.
A simbiose mágica entre pertencer e ser possuidor.
Sem dominação, sem medo, sem ciúme.
O amor em seu estado in natura.
Livre, apaixonado, sem garantias.
E por ser alado, migrou para o lugar da ausência.
Por ser intenso, amou outros amores.
Por estar distante se anamorou do espelho.
E o pôr do sol virou ocaso.
O que era jardim virou plantio.
E o tempo se fez notar.
Inveterado amante, o Eterno amou ainda mais.
E por ser Eterno amou o amanhã, amará ontem e se dá todo o tempo.
Afa Neto
